sábado, 3 de novembro de 2012

Como funciona uma lousa digital?

A lousa digital é como uma tela imensa de um computador, porém mais inteligente, pois é sensível ao toque. Desta forma, tudo o que se pensar em termos de recursos de um computador, de multimídia, simulação de imagens e navegação na internet é possível com ela. Ou seja, funciona como um computador, mas com uma tela melhor e maior.
O professor pode preparar apresentações em programas comuns de computador, como Power Point, por exemplo, e complementar com links de sites. Durante a aula, é possível, enquanto apresenta o conteúdo programado, navegar na internet com os estudantes. Pode ainda criar ou utilizar jogos e atividades interativas, contando com a participação dos alunos, que vão até a lousa e escrevem nela por meio de um teclado virtual - como aqueles de páginas de banco na internet - ou por meio de uma caneta especial ou com o dedo, já que a lousa lê ambas as formas.
O ensino conta com novos recursos, pois é possível, por exemplo, fazer apresentações em três dimensões para apresentar o corpo humano, e estudar geografia com a ajuda de mapas feitos por satélite e disponíveis em sites como o Google Maps ou Google Earth. "Na lousa digital, a criatividade é o limite", comenta André Asquenazi, professor de tecnologia da escola Lumiar Lageado, de Santo Antonio do Pinhal, a 173 km da capital paulista.
Nada do que é feito na lousa digital se perde, pois se o professor quiser, é possível salvar a aula etapa por etapa, a cada contribuição sua ou dos alunos. Assim as aulas podem ser guardadas para sempre e até compartilhada com os estudantes, via e-mail.
Na Lumiar Lageado, os professores ainda estão se adaptando à nova tecnologia e recebendo treinamento. "Mas as crianças já dominam e o interesse delas pelas aulas que utilizam essa novidade é muito superior àquelas sem ela", diz o professor Asquenazi.
A lousa digital, segundo o professor, tem permitido com que os alunos do Ensino Fundamental façam uma horta. De início, a turma desenvolve uma horta virtual na lousa, planejando os canteiros, a medida da área de cada plantio antes de partir para a ação. "Depois, vamos pegar o desenho virtual e fazê-lo real na nossa área de terra", conta o professor. "O mais empolgante nisso é que a criação será coletiva, no virtual e no real", afirma.
lousa digital

Mas ainda fica uma pergunta no ar: qual é a diferença, no aprendizado das crianças, em usar a lousa digital ou os computadores? Este será um grande desafio para o futuro.

Retirada originalmente do site: InfoEscola


Comentarios de Carlos Emanuel

Esse sistema tem uma vantagem bem maior do que o aluno ficar somente no computador. O mais importante 'e a integracao que esse mecanismo tras

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

10 tecnologias que revolucionarão a educação


São Paulo - Especialistas ouvidos por INFO Online indicam dez tecnologias que vão mudar a forma como crianças, jovens e adultos aprendem.
Saiba como ferramentas de colaboração, jogos online e até redes sociais vão ajudar a qualificar mão de obra, formar cientistas e espalhar o conhecimento. Veja abaixo a lista de indicações criada pelos professores e especialistas Luli Radfahrer e Gil Giardelli.

·         Educação

1 - Videogames – Os consoles PlayStation 3 e Xbox 360 são compatíveis com sensores e possuem conexão à internet. Eles permitem também fazer videoconferência e acessar o conteúdo de parceiros comerciais. O ponto forte destes dispositivos é o uso dos ambientes didáticos virtuais que permitem rápidas decisões, segundo Radfahrer.

2 - Sensores – Além do Kinect, da Microsoft, a Nike comercializa a pulseira FuelBand, que permite acompanhar o histórico de atividades e rastrear os praticantes de atividades físicas. De acordo com o especialista, os profissionais da área de saúde podem usufruir desta tecnologia para estimular alunos e pacientes.

3 - GPS – O dispositivo de posição global ajuda no ensino da geografia e disciplinas como dinâmica populacional ao informar as referências de latitude, longitude e altitude. “Eles também mensuram alterações físicas no ambiente e podem ser usados em atividades correlacionadas com ciência”, diz Radfahrer. Hoje, há carros, telefones e relógios com receptores embutidos.

4 - Circuitos abertos – O Arduino possui enfoque nos estudantes e permite compreender a eletrônica e o funcionamento de máquinas. Além disso, atrai curiosos que desejam criar os seus próprios circuitos usando uma biblioteca pública de comandos.

5 - Tablets – Além dos videogames, os tablets serão cada vez mais usados durante as rotinas escolares. De acordo com Radfahrer, estes dispositivos agregam conteúdos interativos às aulas e substituem livros didáticos e vídeos. As tarefas de campo, seminários e visitas técnicas também podem usufruir desta tecnologia.

6 - Cloud services – Os serviços na nuvem facilitam a sincronia de trabalhos em equipe e a organização de repositórios coletivos. Hoje, é possível criar contas em serviços de hospedagem de arquivos e pacotes de escritório, por exemplo, e acompanhar o andamento de projetos de qualquer computador ou tablet com acesso à web.

7 - Fim dos espaços concretos e aulas cronometradas – Hoje, os sites Coursera, Academicearth e Einztein permitem lecionar a partir de qualquer região com acesso à internet assuntos sobre ciências da computação, genoma e ciência das máquinas. “Sua universidade está em greve? Continue estudando em rede”, comenta Giardelli. Já Radfahrer comenta que este sistema de ensino ajuda a acompanhar o aluno individualmente, esclarecer e monitorar as dúvidas e criar avaliações. Há também os grupos de estudos Inovadores ESPM, LibraryThing e PaperBackSwap. Geralmente, estes sites contam com bibliotecas virtuais com documentários, vídeos e apostilas.

8 - Simulador – Esta tecnologia pode ajudar na compreensão de situações complexas e dinâmicas que poderia levar dias com cálculos humanos. Os simuladores também ajudam a compreender os relacionamentos pessoais, intervenções cirúrgicas e administração de empresas ou cidades.

9 - Robôs – Na Coréia do Sul, os alunos de algumas escolas lidam com um robô durante as aulas. Na área de saúde, estas máquinas conseguem simular sintomas e ajudam médicos durante treinamentos. Há também o software chamado Robo Ticot, um projeto europeu que, de acordo com os desenvolvedores, possui grande facilidade em interagir com as pessoas e pode ser usado em áreas educacionais, governamentais e empresariais.

10 - Personalização –Tecnologias lançadas recentemente permitem gerar bases de dados complexas, analisar métricas e criar sistemas de recomendação. Estes serviços podem ser usados para auxiliar programas de ensino individualizado com base no histórico e necessidades do aluno.


Enem 2012: a web também é assunto de prova

Reflexões sobre o mundo virtual e redes sociais são cada vez mais cobradas dos candidatos





RIO - A internet é um assunto que não sai da cabeça de quem seleciona as questões do Enem. Perguntas sobre a linguagem usada nas redes sociais estiveram presentes nas provas dos últimos três anos, assim como a discussão sobre a interferência do Twitter e do Facebook na realidade do jovem, que, hoje, usa mais a internet para se conectar com o mundo do que qualquer outro meio de comunicação. Já a proposta de redação do ano passado, cujo tema foi "Viver em rede no século 21: os limites entre o público e o privado", cobrava uma reflexão do aluno sobre os limites de privacidade nesse mundo virtual.

- Acredito que, este ano, a discussão em torno das redes sociais apareça de novo na prova, pelo menos em duas questões, ainda mais com o Facebook tendo atingido a marca de um bilhão de usuários em outubro. Hoje, não vivemos apenas em um mundo real, há também o virtual, e o Enem está ligado nisso - garante Sérgio Monteiro, professor de língua portuguesa do colégio Liessin.
Professor de história da escola Dínamis, Alexandre Chada ressalta que há dois casos recentes de mobilização dos jovens em prol de causas políticas através da internet: a Primavera Árabe e as campanhas eleitorais para prefeito no Rio. Ambos utilizaram as redes sociais como ferramenta para o ativismo político e devem ser estudadas.
- Não há como ignorar a crescente importância da internet na formação de opinião no mundo de hoje. A tendência das provas é explorar cada vez mais o tema e sempre de forma contextualizada - afirma Alexandre.
Além de ser objeto de estudo, a internet também pode ser uma ferramenta. Os portais de notícias, os blogs e até mesmo o YouTube podem complementar o material didático tradicional.
- O perigo é cair na tentação de ignorar o livro didático e ficar somente com a internet. Também é importante verificar a credibilidade das fontes pesquisadas - alerta o professor de história.
Como não se pode confiar nas informações fornecidas por qualquer site ou blog, uma boa dica é pedir indicações aos professores.





Noticia retirada na integra do site Globo Vestibular


Comentários Carlos Emanuel:
Não podemos jamais negar a importância das redes sociais e tentar entender como é essa linguagem. O ENEM que vem abordando esse tema no vestibular busca se integrar ao modo de pensar da atualidade, por isso sua prova vai se adaptando a essa nova maneira de ser.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Denúncia contra aluna que fez diário da escola deve ser arquivada


denúncia contra a estudante Isadora Faber, 13, que criou um diário virtual para mostrar os problemas da escola pública onde estuda, não deve seguir adiante, segundo a Polícia Civil de Santa Catarina. A aluna havia sido acusada de calúnia e difamação por uma das professoras da escola, que fica em Florianópolis.
Segundo o delegado Marcos Alessandro Vieira Assad, após registrar um boletim de ocorrência contra a aluna no final de agosto, a professora decidiu não fazer uma representação criminal contra ela, o que impede a abertura de um inquérito policial para investigar o caso.
"Não houve representação por nenhuma das partes, o que é uma exigência legal. Com isso, [o caso] não poderá ir para frente", afirma Assad.
O delegado diz ainda que vai ouvir a diretora da escola e enviar o caso à Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente e ao Ministério Público, para acompanhamento. "Fisicamente, ele vai à Justiça, mas não deve ter prosseguimento. O mais provável é que seja arquivado", diz.
Alvarlio Kurossu/Agência RBS/Folhapress
Professora registrou boletim de ocorrência acusando aluna da 7ª série de calúnia e difamação em SC
Professora registrou boletim de ocorrência acusando aluna da 7ª série de calúnia e difamação em SC
Isadora foi intimada a prestar depoimento na terça-feira (18), acompanhada do pai. "Nunca tinha entrado numa delegacia antes", escreveu a jovem na página "Diário de Classe".
Segundo a mãe de Isadora, a produtora de vídeos Mel Faber, 45, a professora de português incomodou-se com um comentário feito no dia 24 de agosto.
"Hoje a professora de português Queila, preparou uma aula pra me 'humilhar' na frente dos meus colegas, a aula falava sobre política e internet, ela falava que ninguém podia falar da vida dos professores, porque nós podíamos ter feito muitas coisas erradas pra eles odiarem e etc. Eu e acho que a maioria dos meus colegas entenderam o recado 'pra mim". (...) Confesso que fiquei muito triste", escreveu Isadora à época.
A mãe da aluna disse que a professora já havia conversado com Isadora e o assunto estava encerrado. A família surpreendeu-se quando recebeu a intimação.
"Ela ficou um pouco assustada [quando foi intimada], mas voltou bem contente. Foi muito bem tratada e falou o que tinha feito", diz Mel.
CRÍTICAS
Criada em julho, a página de Isadora no Facebook já conta com mais de 280 mil seguidores. Segundo a mãe, após criar a página, a aluna passou a receber críticas e indiretas na escola. "Ela chega a sofrer ameaça de alguns colegas", conta.
A reportagem tentou falar com a diretora da escola nos últimos dois dias, mas não conseguiu contato. Já a Secretaria de Educação de Florianópolis disse que "a situação tornou-se um caso particular entre a professora e a família da aluna" e que não iria interferir.
O Ministério Público diz que, após receber os depoimentos, vai verificar se os direitos da criança estão sendo respeitados.

Noticia veiculada no dia 20/09/2012 retirada na integra do site Folha Cotidiano Educação


Comentário de Carlos Emanuel

As redes sociais tem sido um perigo para o modo arcaico de alguns professores ensinarem. A possibilidade do aluno postar aquilo que está acontecendo faz os mestres repensarem o modo como ensinar. Cabe ao educadores entrarem nessa onda e tentar entender melhor o universo do novo aluno.
Também existe aquilo que passa do normal, no caso se usar de blogs e outros instrumentos tecnológicos para manipular situações ou mesmo postar algo somente por uma raiva momentânea que o aluno tem do professor.
O importante é ver o aluno refletindo sobre o que postar, pois as vezes algo simples na rede pode repercutir mal e acabar com a reputação de alguém. Tudo deve ser feito com moderação.

Escola pública do Distrito Federal testa chip para monitorar alunos


Projeto piloto manda SMS aos pais ou responsáveis pelos alunos, informando o horário de entrada e saída da escola



Por meio de um chip fixado no uniforme, uma turma de 42 estudantes do primeiro ano do ensino médio tem suas entradas e saídas monitoradas no Centro de Ensino Médio (CEM) 414 de Samambaia, cidade do Distrito Federal (DF) localizada a cerca de 40 quilômetros da área central de Brasília. O projeto piloto, que começou a funcionar no dia 22 de outubro, manda mensagem por celular aos pais ou responsáveis pelos alunos, informando o horário de entrada e saída da escola.

A diretora do CEM 414, Remísia Tavares, disse à Agência Brasil que entrou em contato com uma empresa que implanta os chips nos uniformes depois de saber que o sistema funcionava em uma escola em Vitória da Conquista, na Bahia. Segundo ela, a medida foi tomada para aumentar a permanência dos alunos nas salas de aula. "Os professores dos últimos horários reclamam que muitos alunos costumam sair antes do término das aulas. Por mais que a escola tente manter o controle, eles dão um jeito de sair da escola".

De acordo com a diretora, o monitoramento foi bem recebido pelos pais, aproximando-os da vida escolar de seus filhos. "Fizemos reuniões para saber a opinião dos pais a respeito do chip, e eles gostaram da ideia. Os pais se sentem mais tranquilos, sabendo exatamente a hora em que seus filhos entram e deixam a escola", disse Remísia.

O representante da empresa que implantou os chips nos uniformes, Bruno Castro da Costa, explicou que o sistema funciona por meio de um sensor instalado na portaria principal do colégio, que lê as informações contidas no chip cadastrado.

"O sistema não altera a rotina dos estudantes. Eles entram normalmente na escola, os dados são passados para o computador e, 30 segundos depois, os pais são notificados. Uma mensagem é enviada quando o aluno entra na escola e outra no momento da saída. Apesar de ficar registrado também na direção do colégio, o sistema não substitui a chamada de presença em aula. Também estão sendo registradas as entregas de boletins ou outros eventos, e a direção pode utilizar o programa para encaminhar o recado ao celular cadastrado", acrescentou Costa.

Charles de Oliveira, também representante da empresa responsável, disse que o sistema poderá futuramente otimizar o tempo de estudo nas salas de aulas. "Os professores perdem cerca de 20 minutos para realizar as chamadas durante as aulas. Futuramente, isso pode acabar, pois será registrada a presença automaticamente. Além disso, estamos estudando formas para que o sistema contribua também com os programas do governo, acelerando a divulgação de dados".

Os estudantes Bárbara Coelho, 16 anos, e Jefferson Alves, 15 anos, não se incomodam com o monitoramento pelo chip. "Eu acho que é uma boa maneira de os nossos pais ficarem mais tranquilos e até confiar mais, sabendo que estamos na escola. Eu não me sinto inibida, pois sempre frequentei as aulas", disse Bárbara. "Só quem tem costume de matar aula vai se incomodar, já que agora os pais vão ficar sabendo", completou Jefferson.

No dia 13 de novembro, um relatório será enviado ao Conselho de Educação da escola e à Secretaria de Educação do Distrito Federal com os resultados da experiência. Caso o sistema seja aprovado, a fixação dos chips no CEM 414 deverá ser ampliada para os 1,8 mil alunos da instituição no próximo ano.


Noticia Retirada na integra do Site Estadão Educação


Comentário de Carlos Emanuel
A tecnologia acima vem dar aos pais mais tranquilidade ao saber que seus filhos estão seguros dentro da escola. Para aqueles alunos responsáveis é uma forma de passar mais confiança para os pais. Agora fica aquele questionamento de a vida ser vigiada e tirar um pouco da liberdade das próprias pessoas em fazerem suas escolhas.
Se esse chip é colocado para crianças realmente é um avanço, porém para adolescentes pode gerar aquele sentimento de ser cerceado seu espaço de ir e vim. Por mais que ainda não sejam adultos, eles tem aquele desejo de ser livre e poder escolher se quer ou não ir a aula naquele dia.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Ensino a distância no Brasil


Já foi se o tempo em que era necessária a presença de aluno e professor para assistir uma aula. Hoje as pessoas podem usufruir do ensino a distância com facilidade, de acordo com uma reportagem que saiu no site Invert NE, cerca de 3,5 milhões de pessoa estudam a distância no Brasil. Esse número só tende a crescer, pois a educação não tem limites, as pessoas estão percebendo isso e buscando conhecer esse novo caminho, através de aulas à distância, intercâmbio, novas tecnologias que atraem pessoas que por algum motivo, seja financeiro, de tempo, ou ate mesmo uma preferência por esse tipo de ensino. Sabemos que o Brasil não é exemplo de educação, pelo menos por enquanto, mas com essa nova proposta de ensino a distância, muitos terão grandes oportunidades de crescer e adquirir muito mais conhecimento.

domingo, 16 de setembro de 2012

As redes sociais no planejamento de aula

Facebook, Google+, Orkut, cada vez mais as redes sociais estão no cotidiano dos jovens, e com o acesso a tecnologia móvel, tablets e smartphones, como os professores podem aproveitar dessas ferramentas nas suas aulas?
Uma matéria publicada pela revista escola da Abril editora dá dicas de como os professores podem usar as redes sociais nos seus planos de aula.

1. Faça a mediação de grupos de estudoConvidar os alunos de séries diferentes para participarem de grupos de estudo nas redes - separados por turma ou por escolas em que você dá aulas -, pode ajudá-lo a diagnosticar as dúvidas e os assuntos de interesse dos estudantes que podem ser trabalhados em sala de aula, de acordo com os conteúdos curriculares já planejados para cada série.
Os grupos no Facebook ou as comunidades do Orkut podem ser concebidos como espaços de troca de informações entre professor e estudantes, mas lembre-se: você é o mediador das discussões propostas e tem o papel de orientar os alunos.
Todos os participantes do grupo podem fazer uso do espaço para indicar links interessantes ou páginas de instituições que podem ajudar em seus estudos. "A colaboração entre os alunos proporciona o aprendizado fora de sala de aula e contribui para a construção conjunta do conhecimento" explica Spiess.

2. Disponibilize conteúdos extras para os alunos

As redes sociais são bons espaços para compartilhar com os alunos materiais multimídia, notícias de jornais e revistas, vídeos, músicas, trechos de filmes ou de peças de teatro que envolvam assuntos trabalhados em sala, de maneira complementar. "Os alunos passam muitas horas nas redes sociais, por isso, é mais fácil eles pararem para ver conteúdos compartilhados pelo professor no ambiente virtual", diz Spiess.
Esses recursos de apoio podem ser disponibilizados para os alunos nos grupos ou nos perfis sociais, mas não devem estar disponíveis apenas no Facebook ou no Orkut, porque alguns estudantes podem não fazer parte de nenhuma dessas redes. Para compartilhar materiais de apoio e exercícios sobre os conteúdos trabalhados em sala, é melhor utilizar espaços virtuais mais adequados, como a intranet da escola, o blog da turma ou do próprio professor.

3. Promova discussões e compartilhe bons exemplos
Aproveitar o tempo que os alunos passam na internet para promover debates interessantes sobre temas do cotidiano ajuda os alunos a desenvolverem o senso crítico e incentiva os mais tímidos a manifestarem suas opiniões. Instigue os estudantes a se manifestarem, propondo perguntas com base em notícias vistas nas redes, por exemplo. Essa pode ser uma boa forma de mantê-los em dia com as atualidades, sempre cobradas nos vestibulares.

4. Elabore um calendário de eventos
No Facebook, por meio de ferramentas como "Meu Calendário" e "Eventos", você pode recomendar à sua turma uma visita a uma exposição, a ida a uma peça de teatro ou ao cinema. Esses calendários das redes sociais também são utilizados para lembrar os alunos sobre as entregas de trabalhos e datas de avalições. Porém, vale lembrar: eles não podem ser a única fonte de informação sobre os eventos que acontecem na escola, em dias letivos.

5. Organize um chat para tirar dúvidas
Com alguns dias de antecedência, combine um horário com os alunos para tirar dúvidas sobre os conteúdos ministrados em sala de aula. Você pode usar os chats do Facebook, do Google Talk, do MSN ou até mesmo organizar uma Twitcam para conversar com a turma - mas essa não pode ser a única forma de auxiliá-los nas questões que ainda não compreenderam.
A grande vantagem de fazer um chat para tirar dúvidas online é a facilidade de reunir os alunos em um mesmo lugar sem que haja a necessidade do deslocamento físico. "Assim que o tira dúvidas acaba, os alunos já podem voltar a estudar o conteúdo que estava sendo trabalhado", explica Spiess.

Cuidados a serem tomados nas redes
- Estabeleça previamente as regras do jogo
Nos grupos abertos na internet, não se costuma publicar um documento oficial com regras a serem seguidas pelos participantes. Este "código de conduta" geralmente é colocado na descrição dos próprios grupos. "Conforme as interações forem acontecendo, as regras podem ser alteradas", diz Spiess. "Além disso, começam a surgir lideranças dentro dos próprios grupos, que colaboram com os professores na gestão das comunidades". Com o tempo, os próprios usuários vão condenar os comportamentos que considerarem inadequados, como alunos que fazem comentários que não são relativos ao que está sendo discutidos ou spams.

- Não exclua os alunos que estão fora das redes sociais
Os conteúdos obrigatórios - como os exercícios que serão trabalhados em sala e alguns textos da bibliografia da disciplina - não podem estar apenas nas redes sociais (até mesmo porque legalmente, apenas pessoas com mais de 18 anos podem ter perfis na maioria das redes). "Os alunos que passam muito tempo conectados podem se utilizar desse álibi para convencer seus pais de que estão nas redes sociais porque seu professor pediu", alerta Betina.
A mesma regra vale para as aulas de reforço. A melhor solução para esses casos é o professor fazer um blog e disponibilizar os materiais didáticos nele ou ainda publicá-los na intranet da escola para os alunos conseguirem acessar o conteúdo recomendado por meio de uma fonte oficial.
Com relação aos pais, vale comunicá-los sobre a ação nas redes sociais durante as reuniões e apresentar o tipo de interação proposta com a turma.

Essas métodologia de ensino pode, além de promover uma maior integração entre aluno e professor, fazer com que o segundo conheça melhor sua turma e promova suas aulas de acordo com as nessecidades de cada grupo e principalmente faz com que esse instrumento seja um aliado à educação, fazendo com que os alunos não desviem a atenção, durante a aula, em assuntos de cunho pessoal nas redes sociais.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

A realidade da educação à distância

A educação à distância, os conhecidos EADs,  tem se tornado uma ferramenta fundamental para quem deseja ampliar seus conhecimentos mais não tem tempo para fazer um curso presencial. Segundo site Estadão - a EAD, que praticamente inexistia dez anos atrás, já responde pelo percentual de 14,6% do total das matrículas nos cursos de graduação. De acordo com dados do Censo da Educação Superior de 2010.

E com esse novo cenário proporcianado pelo mercado os EADs derrubaram o esteriótipo de ensino de baixa qualidade. De acordo com o "Censo EAD.BR – Relatório Analítico da Aprendizagem a Distância no Brasil 2012",  os graduados em EAD tiveram, em média, 6,7 pontos a mais no resultado final do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), na comparação com os resultados dos alunos oriundos dos cursos presenciais.
No nosso estado, por exemplo, Universidade Federal do Ceará (UFC) oferece nove cursos de graduação a distância, desses, dois bacharelados e sete licenciaturas. São 6.400 alunos ativos e uma média de duas mil vagas. Mas há também cursos de especialização, pós-graduação e dois MBA´s corporativos. Os alunos da UFC têm à disposição infraestrutura dos polos de apoio presencial, segundo matéria do jornal Diário do Nordeste.

O fato é que em um país continental como o Brasil essa ferramenta é um grande auxiliador na geração de conhecimentos, contudo em matéria ao diario do nordeste, que segue abaixo, o mestre em Educação, Marco Aurélio de Patrício Ribeiro aponta alguma falhas nessa modalidade de ensino.

SEM INOVAÇÃO

Especialistas em educação apontam falhas no EaD
Para o mestre em Educação, Marco Aurélio de Patrício Ribeiro, o ensino a distância não vai bem no Brasil. "O índice de evasão é altíssimo, chegando a 70%", argumenta. Além disso, o professor ressalta que o currículo é pré-estabelecido, e não inovador. "O EaD não inova só porque usa tecnologia. A modalidade não criou novas formas de aprender. O aluno não participa da escolha do conteúdo", opina.

Outro problema apontado por Ribeiro é que 70% dos cursos ofertados são em licenciatura. "Com isso, a formação fica voltada para professor. E os bacharelados, que são mais procurados, não são oferecidos?", questiona. Ele acrescenta que, para que os cursos funcionem bem, o aluno precisa ter autonomia, ser autodidata e ter espírito de pesquisa capaz de investigar, o que nem sempre acontece, daí o altíssimo índice de desistência. Para o especialista, o ensino a distância precisa ser repensado, mas tem a possibilidade de evoluir para algo bem-sucedido. "A ressalva que faço é que o EaD elimina o professor do processo. Precisamos de conteúdos menos decorativos e com mais reflexão", explica.

O coordenador do Laboratório de Pesquisa Multimeios da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará (UFC), Hermínio Borges Neto, endossa as palavras de Ribeiro. Para ele, o ensino a distância tem as mesmas falhas do telensino implantado em 1974 no Ceará: a utilização do conteúdo tradicional e a abolição da figura do professor, que é substituído pelo orientador de aprendizagem. Segundo o coordenador, falta metodologia e a incorporação dos cursos à tecnologia. "O material usado é puramente analógico. Não se procura agregar vídeos, nem softwares e nem imagens". Fora isso, ele pontua que não são levantadas questões novas. Mas o coordenador destaca que o EaD tem como evoluir. "Temos exemplos que deram certo".

Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1053734           http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,educacao-a-distancia-uma-nova-realidade,880620,0.htm

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Internet e Educação

“A Internet é muito mais que um mero instrumento. Além de um dispositivo, ela representa um modo diferente de efetivar a comunicação e o processamento social da informação”. Esta observação é feita por Arnaud Soares Júnior, professor do mestrado em educação e tecnologia da Universidade Estadual da Bahia e autor do livro “Tecnologias Inteligentes e Educação: currículo hipertextual”. 

De acordo com o educador, neste panorama de efetiva transformação, o uso da Internet não representa grande desafio para que os professores aprendam a sua utilização, porque suas funções mais sofisticadas são acionadas até mesmo por intuição. Isso por causa da expressão “interface amigável”, que viabiliza o manuseio rápido e fácil. 

“Para acessar a Internet não se requer nenhum grau mais elevado de operação mental. Mas, discriminar suas características tecnológicas, sua lógica de funcionamento, e sua natureza comunicativa e informacional, de modo crítico, criativo e politicamente engajado, requer um processo de formação mais abrangente e conseqüente. Tal não poderá ser feito, por exemplo, pelos cursos relâmpagos de informática, nem pelos treinamentos em informática básica”, analisa o professor.

Já no que diz respeito a utilizar a internet como meio para atrair a atenção dos estudantes, Arnaud salienta que não basta prender a atenção dos estudantes com a tecnologia, porque isto já acontece naturalmente, em virtude das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) exercerem fascínio nas novas gerações. 

“A questão mais importante é como garantir uma educação de qualidade com a utilização das TICs e como definir sua utilização mais pertinente em cada contexto de formação. Para tanto devem ser consideradas as condições e as necessidades inerentes a cada contexto, além das novas tensões sociais que aí se refletem em função do crescente processo de globalização”, explica Arnaud Soares. 

Para finalizar, o pedagogo menciona que diferente do que muitas pessoas acreditam, a Internet não é só uma rede meramente técnica e digital. “A Internet dever vista pelos educadores como uma rede de comunicação, de cultura, de socialização e sociabilidade. Ela está relacionada aos interesses políticos e mercadológicos, além de sua dinâmica estar submetida aos efeitos dos desejos e de representações sociais”, conclui Arnaud. 

Pedagogo Arnaud Soares de Lima Junior.

domingo, 9 de setembro de 2012

Segundo a microsoft, a tecnologia será mais invisível , apesar de mais presente.


Esse foi um vídeo apresentado no programa FANTÁSTICO, onde mostra como serão as novas tecnologias  que permitirão deixar um futuro mais próximo do presente. O vídeo mostra também como poderão ser as salas de aula, com vídeo conferências em telas grandes, sensíveis ao toque, que é capaz de transmitir a imagem de uma pessoa que está em um país , para outra pessoa que se encontra em um local completamente oposto. A imagem é projetada em tamanho natural e dar a impressão que as pessoas estão apenas separados por um vidro, com traduções simultâneas, em tempo real.

A SALA DE AULA DO FUTURO


Lá tem internet wi-fi e computadores. Iluminação controlada , uma cópia de um esqueleto e de um torso humano, uma placa solar, uma pilha caseira, armários e microscópio. Também tem um quadro digital touch screen e várias mesas que acomodam três pessoas (além do computador). Todas essas características formam a sala de aula inteligente, projetada para um modelo de educação do futuro (entenda como ela funciona no infográfico abaixo). E o professor? Também está lá e tem a função de relacionar todas essas mídias através de um ensino multidisciplinar. Na sala inteligente, os alunos não usam carteiras, mas sentam-se em grupos de três em estações de trabalho e tornam-se os autores de seu próprio aprendizado. 


Essa idéia já é usada em algumas instituições de ensino do país – como nos laboratórios do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em um campus da Universidade Santo Amaro, de São Paulo, e no Projeto Jovem Cientista do Instituto Unibanco. Seu mentor, o especialista em novas mídias e tecnologia para a educação Cassiano Zeferino de Carvalho Neto, trabalha no projeto há 15 anos e conseguiu colocá-lo em prática só no ano passado, em uma escola de educação infantil bilíngüe, de Florianópolis. “Alguns autores dizem que o conhecimento mundial dobra a cada dois ou três anos enquanto a tecnologia de ensino está estagnada”, afirma o especialista, presidente do Instituto Galileo Galilei para a Educação (clique aqui para ver a diferença entre a escola tradicional e a inteligente). 

Segundo Carvalho Neto, o aprendizado que a escola de hoje permite é centrado na comunicação verbal e visual, que seriam o topo de uma pirâmide muito mais ampla. Esses saberes, no entanto, não são suficientes para educar o aluno contemporâneo. Para um ensino completo, que transcende decorar fórmulas e teoremas, seria necessário, além desses processos, o uso de mídias (áudio, TV e vídeo), vivências (em excursões e exposições), demonstrações ao vivo, dramatizações e experimentações dos mais variados tipos (diretas ou simuladas). Para o aluno aprender, segundo essa concepção, é preciso que ele experimente.
Ciberarquitetura
O professor defende uma “ciberarquitetura da sala de aula”, em que o espaço físico tradicional se aprofunda no espaço digital, experimentado pelos alunos tanto em classe como em casa, lan houses e outros lugares. A sala de aula também é biblioteca, laboratório de ciências, sala de artes e laboratório de informática. O conteúdo das aulas segue a recomendação do Ministério da Educação, mas a forma como são ministradas é totalmente inovadora.
O professor Cassiano mostra os equipamentos de pequeno porte usados na sala inteligente
Elas são agrupadas por projetos, as chamadas grandes áreas. Cada fenômeno a ser estudado é contextualizado, problematizado, investigado e modelado, de maneira que seja apreendido em seu sentido mais amplo. Os alunos são ativos, participam das aulas com pesquisas e precisam filtrar as informações que encontram na internet. Isso, defende Carvalho Neto, os torna mais capazes de gerir suas vidas. Em um projeto sobre energia, por exemplo, o professor inicia a aula mostrando, no quadro digital, um vídeo do YouTube de jogadas do Pelé. Em seguida, diz que os músculos do jogador são movidos por energia e pergunta de onde ela vem. Provocativo, responde que ele ingeriu energia nuclear, para aguçar a curiosidade dos alunos. 

Ao longo desse processo, o aluno descobre que, para ter energia muscular, Pelé teve que se alimentar. Estuda, então, a transformação de energia no corpo humano e a pirâmide alimentar. O professor explica a fotossíntese das plantas e fala que o Sol (energia nuclear pura) é o grande responsável pela transformação de oxigênio em alimento para a planta. “Existe um processo de pesquisa, descoberta e investigação. Para explicar os passes de Pelé, o professor aborda temas da biologia, química e física, usando equipamentos digitais e não-digitais”, afirma o especialista. As aulas não são expositivas, mas interativas e com intensa pesquisa online. Os materiais usados ficam guardados dentro de armários – cada projeto tem o seu conjunto de equipamentos. 

No Instituto Unibanco, Carvalho Neto capacita um grupo de jovens professores que se mostra feliz com o novo método. Depois das aulas, muitos permanecem em sala, discutindo, questionando e aprimorando sua própria didática. Um deles pede licença para se despedir do mestre: “Obrigado, professor. Estamos aprendendo muito”. Um pouco orgulhoso, um pouco tímido, o especialista dá um sorriso de realização. 


Tecnologia na Educação


Esse vídeo é de 2008 e mostra como será daqui a 15 anos o uso da tecnologia.
E ai fica a pergunta do vídeo, será que estamos preparados ?

link: http://www.youtube.com/watch?v=0Z2VnWfe33M

Nove dicas para usar a tecnologia.

Nove dicas para usar bem a tecnologia

O INÍCIO  Se você quer utilizar a tecnologia em sala, comece investigando o potencial das ferramentas digitais. Uma boa estratégia é apoiar-se nas experiências bem-sucedidas de colegas.

O CURRÍCULO  No planejamento anual, avalie quais conteúdos são mais bem abordados com a tecnologia e quais novas aprendizagens, necessárias ao mundo de hoje, podem ser inseridas.

O FUNDAMENTAL  Familiarize-se com o básico do computador e da internet. Conhecer processadores de texto, correio eletrônico e mecanismo de busca faz parte do cardápio mínimo.

O ESPECÍFICO  Antes de iniciar a atividade em sala, certifique-se de que você compreende as funções elementares dos aparelhos e aplicativos que pretende usar na aula.

A AMPLIAÇÃO  Para avançar no uso pedagógico das TICs, cursos como os oferecidos pelo Proinfo (programa de inclusão digital do MEC) são boas opções. 

O AUTODIDATISMO  A internet também ajuda na aquisição de conhecimentos técnicos. Procure os tutoriais, textos que explicam passo a passo o funcionamento de programas e recursos. 

A RESPONSABILIDADE
  Ajude a turma a refletir sobre o conteúdo de blogs e fotologs. Debata qual o nível de exposição adequado, lembrando que cada um é responsável por aquilo que publica.

A SEGURANÇA  Discutir precauções no uso da internet é essencial, sobretudo na comunicação online. Leve para a classe textos que orientem a turma para uma navegação segura.

A PARCERIA  Em caso de dúvidas sobre a tecnologia, vale recorrer aos próprios alunos. A parceria não é sinal de fraqueza: dominando o saber em sua área, você seguirá respeitado pela turma. 

Fontes: Adriano Canabarro Teixeira, especialista de Educação e tecnologia da UFRGS, Maria de Los Dolores Jimenez Peña, professora de Novas Tecnologias Aplicadas à Educação Da Universidade Mackenzie, e Roberta Bento, diretora da Planeta Educação.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Desafio aos professores: aliar tecnologia e educação


 Guilherme Canela Godoi

Seja por meio de celular, computador ou TV via satélite, as diferentes tecnologias já fazem parte do dia a dia de alunos e professores de qualquer escola. Contudo, fazer com que essas ferramentas de fato auxiliem o ensino e a produção de conhecimento em sala de aula não é tarefa fácil: exige treinamento dos mestres. A avaliação é de Guilherme Canela Godoi, coordenador de comunicação e informação no Brasil da Unesco, braço da ONU dedicado à ciência e à educação. "Ainda não conseguimos desenvolver de forma massiva metodologias para que os professores possam fazer uso dessa ampla gama de tecnologias da informação e comunicação, que poderiam ser úteis no ambiente educacional." O desafio é mundial. Mas pode ser ainda mais severo no Brasil, devido a eventuais lacunas na formação e atualização de professores e a limitações de acesso à internet - problema que afeta docentes e estudantes. Na entrevista a seguir, Godoi comenta os desafios que professores, pais e nações terão pela frente para tirar proveito da combinação tecnologia e educação.
Qual a extensão do uso das novas tecnologias nas escolas brasileiras?Infelizmente, não existem dados confiáveis que permitam afirmar se as tecnologias são muito ou pouco utilizadas nas escolas brasileiras. Censos educacionais realizados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) mostram que a maioria das escolas públicas já tem à sua disposição uma série de tecnologias. No entanto, a presença dessas ferramentas não significa necessariamente uso adequado delas. O que de fato se nota é que ainda não conseguimos desenvolver de forma massiva metodologias para que os professores possam fazer uso dessa ampla gama de tecnologias da informação e comunicação, que poderiam ser úteis no ambiente educacional.
Quais devem ser as políticas públicas para incentivar as tecnologias em sala de aula?Elas precisam ter um componente fundamental de formação e atualização de professores, de forma que a tecnologia seja de fato incorporada no currículo escolar, e não vista apenas como um acessório ou aparato marginal. É preciso pensar como incorporá-la no dia a dia daeducação de maneira definitiva. Depois, é preciso levar em conta a construção de conteúdos inovadores, que usem todo o potencial dessas tecnologias. Não basta usar os recursos tecnológicos para projetar em uma tela a equação "2 + 2 = 4". Você pode escrever isso no quadro negro, com giz. A questão é como ensinar a matemática de uma maneira que só é possível por meio das novas tecnologias, porque elas fornecem possibilidades de construção do conhecimento que o quadro negro e o giz não permitem. Por fim, é preciso preocupar-se com a avaliação dos resultados para saber se essas políticas de fato fazem a diferença.
As novas tecnologias já fazem parte da formação dos professores?Ainda é preciso avançar muito. Os dados disponíveis mostram que, infelizmente, ainda é muito incipiente a formação de professores com a perspectiva de criação de competências no uso das tecnologias na escola. Com relação à formação continuada, ou seja, à atualização daqueles profissionais que já estão em serviço, aparentemente nós temos avanços um pouco mais concretos. Há uma série de programas disponíveis que oferecem recursos a eles.
Para os alunos, qual o impacto de conviver com professores ambientados com as novas tecnologias?
As avaliações mais sólidas a esse respeito estão acontecendo no âmbito da União Europeia. Elas mostram que a introdução das tecnologias nas escolas aliada a professores capacitados têm feito a diferença em alguma áreas, aumentando, por exemplo, o potencial comunicativo dos alunos.
As relações dentro da sala de aula mudam com a chegada da tecnologia?O que tem acontecido - e acho que isso é positivo, se bem aproveitado - é que a relação de poder professor-aluno ganha uma nova dinâmica com a incorporação das novas tecnologias. Isso acontece porque os alunos têm uma familiaridade muito grande com essas novidades e podem se inserir no ambiente da sala de aula de uma maneira muito diferente. Assim, a relação com o professor fica menos autoritária e mais colaborativa na construção do conhecimento.
É comum imaginar que em países com um alto nível educacional a integração das novas tecnologias aconteça mais rapidamente. Já em países em desenvolvimento, como o Brasil, onde muitas vezes o professor tem uma formação deficitária, a incorporação seja mais lenta. Esse pensamento é correto?
Grandes questões sobre o assunto não se colocam apenas para países em desenvolvimento. É o caso, por exemplo, de discussões sobre como melhor usar a tecnologia e como treinar professores. O mundo todo discute esses temas, porque essas novas ferramentas convergentes são um fenômeno recente. Porém, também é correto pensar que nações onde as pessoas são mais conectadas e têm mais acesso a dispositivos devem adotar a tecnologia em sala de aula de modo mais amplo e produtivo. Outro fenômeno detectado no mundo todo é o chamado "gap geracional", ou seja, os professores não nasceram digitalizados, enquanto seus alunos, sim.
O senhor vê algum tipo de resistência nas escolas brasileiras à incorporação da tecnologia?
Não acredito que haja uma resistência no sentido de o professor acreditar que a tecnologia é maléfica, mas, sim, no sentido de que ele não sabe como utilizar as novidades. Não se trata de saber ou não usar um computador. Isso é o menor dos problemas. A questão em jogo é como usar equipamentos e recursos tecnológicos em benefício da educação, para fins pedagógicos. Esse é o pulo do gato.
Quais os passos para superar a formação deficitária dos professores?A Unesco sintetizou em livros seu material de apoio, chamado Padrões de Competências em Tecnologia da Informação e da Comunicação para Professores. Ali, dividimos o aprendizado em três grandes pilares. O primeiro é a alfabetização tecnológica, ou seja, ensinamos a usar as máquinas. O segundo é o aprofundamento do conhecimento. O terceiro pilar é chamado de criação do conhecimento. Ele se refere a uma situação em que as tecnologias estão tão incorporadas por professores e alunos que eles passam a produzir conhecimento a partir delas. É o caso das redes sociais. É importante lembrar que esse processo não é trivial, ele precisa estar inserido na lógica da formação do professor. Não se deve achar que a simples distribuição de equipamentos resolve o problema.
Por Nathália Goulart

quarta-feira, 29 de agosto de 2012


Novas tecnologias exigem novos conteúdos

Para Ana Teresa Ralston, da Abril Educação, desafio do mercado editorial é criar livro didático 100% multimídia

Nathalia Goulart
Menina usa iPad em loja de Londres
(Foto: Dan Kitwood/Getty Images)
O mercado editorial e as empresas de sistemas de ensino começam a se preparar para uma nova realidade: a do livro didático digital. Com dispositivos como laptops, e-books e iPads, um novo cenário se apresenta para a educação. E também novos desafios. “Novas tecnologias requerem novos conteúdos”, diz Ana Teresa Ralston, diretora da tecnologia de educação e formação de professores da Abril Educação - grupo que reúne editoras e sistemas de ensino e é controlado pela família Civita, que também é dona da editora Abril, que publica VEJA. Convidada a falar sobre o tema em um painel especial da Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que se encerra neste domingo, a especialista, diz que ainda é preciso investir tempo e recursos para criar um livro didático 100% digital e multimídia. Confirma a seguir os principais trechos da entrevista.
O futuro do livro é incerto, mas o processo de digitalização já começou, com os e-books, iPads e outros dispositivos. Em relação às obras didáticas, o que é possível constatar?
É possível dizer que temos uma revolução escondida. Uma revolução que já começou, mas que escapa à nossa observação porque acontece no processo de produção do livro didático. Ao produzi-lo, já utilizamos todos os artefatos tecnológicos disponíveis. Porém, o que se analisa agora é quando isso estará presente na versão final do livro, ou seja, quando ele será completamente multimídia e virtual. Muitos estudiosos apontam que a educação levará mais tempo do que outras áreas para incorporar todas essas inovações.
Qual a razão dessa demora?
No meio educacional, as tecnologias demoraram mais a serem incorporadas, em virtude das mudanças que elas imprimem nos padrões, na formação dos educadores, na produção do material de apoio e na infraestrutura das escolas. Novas tecnologias requerem novos conteúdos, e, para isso, é preciso profissionais capacitados, preparados para produzir esse novos conteúdos. Além disso, o professor que irá usar essas ferramentas também precisa ser formado para a essa tarefa.
Então, o que ocorre nesse processo não é a simples digitalização do conteúdo impresso, mas, sim, a criação de novos conteúdos.  
É importante lembrar que, quando falamos desse processo, abordamos três elementos distintos: o livro didático impresso, o livro didático impresso digitalizado - e isso já fazemos - e o livro 100% virtual. Nesse último, o que ocorre não é a simples transferência do impresso para o digital. É uma outra comunicação, que acontece em outra mídias. E acho que esse é o grande desafio: a maneira como organizamos os conteúdos na mídia impressa é diferente da maneira como o fazemos na mídia digital.
Esse novo tipo de conteúdo, mais familiar aos alunos que já utilizam as tecnologias fora da sala de aula, pode alimentar o interesse dos estudantes pelo que se ensina nas escolas?Quando trabalhamos com soluções digitais, procuramos entrar em sintonia com a linguagem do aluno. Mas essas soluções precisam ser utilizadas com orientação pedagógica para que sejam significativas. Caso contrário, viram só distração.
Como evitar que o livro didático digital seja uma armadilha? Eu costumo dizer que o meio digital evidencia uma aula mal dada. Às vezes, temos uma aula que não foi a ideal, mas não há registros dela. Já com a tecnologia digital tudo fica registrado. Então, é preciso usá-la para enfatizar boas práticas, para ilustrar situações que não seriam possíveis de outra forma. A tecnologia é um recurso poderoso, viável e possível e não deve ser usado como enfeite. Para isso, é importante pensar quais recursos são relevantes para esse novo ambiente. Caso contrário, retira-se essa relação afetiva que temos com o papel e com a leitura sem adicionar nenhum ganho.
Quais podem ser os ganhos da adoção da tecnologia na educação? 
São as possibilidades de interação, de animação, de ilustração, de relacionar os conteúdos e fazer pesquisas. Em disciplinas como química, física e biologia, por exemplo, é possível simular situações. O professor pode ainda trabalhar infográficos de tempos históricos e evoluções geológicas. Pode trabalhar com pesquisas imediatas dos assuntos que estão sendo trabalhados naquele momento. É possível estimular o aluno para a possibilidade de troca, de colaboração, de construção do conteúdo em conjunto. Esse tipo de habilidade e competência é uma demanda do mercado de trabalho. E se o aluno começar a vivenciar isso no mundo da escola, ele vai poder ter essa habilidade como algo natural no mundo do trabalho.
Quais as dificuldades envolvidas na criação de um livro didático multimídia? 
Precisamos conceber um produto diferente, não apenas digitalizar o que já existe. Além disso, precisamos viabilizar o acesso a todas as escolas brasileiras, nos mais remotos lugares. Aí, temos o desafio da entrega – e também da produção. Hoje, apenas começamos a trabalhar com alguns componentes agregados, ou seja, a pensar conteúdos de forma integrada.
As empresas de sistemas de ensino já estão se preparando para essa nova realidade?
Já. A digitalização de livros e apostilas já existe. O que começamos a fazer agora é desenvolver o material integrado: o meio impresso e o meio digital. O esforço é na produção de conteúdos virtuais, cada vez mais relevantes, integrados e efetivos. Ainda não pensamos em um produto 100% digital porque pensamos antes no material impresso, e depois partimos para o virtual. Acredito que pensar a totalidade do produto no ambiente virtual seja o nosso próximo passo.
Alguns especialistas pregam o fim do livro tal como nós o conhecemos, enquanto outros defendem que, apesar dos avanços tecnológicos, ele jamais deixará de existir. Quais são suas previsões? 
Acho que ainda é cedo para previsões. Contudo, é hora de pensar nas evoluções da integração das mídias e se preparar para elas. Particularmente, não acredito que teremos uma mídia só. Aposto em uma segmentação. Nós pensaremos sobre qual a melhor forma de transmitir cada conteúdo. Ainda temos gerações que possuem uma relação muito próxima com o livro e alguns conteúdos seguirão sendo consumidos na mídia impressa. O que talvez tenha mudado é que hoje avaliamos o conteúdo antes de consumi-lo. Então, baixamos um livro no Kindle, por exemplo, e, se gostamos da leitura, compramos a versão impressa.